terça-feira, 8 de janeiro de 2008

A SAÚDE - SISTEMAS DE URGÊNCIA

Bom dia, ontem pela madrugada dentro, assisti a um debate na televisão sobre a reforma que está a ser feita pelo governo ao nível dos cuidados de saúde urgentes, e constatei, que foi um programa muito interessante, não apenas pelo conteúdo em causa, mas também pelos seus intervenientes... Apesar de tanta polémica e de tanta discussão, no final do programa, chegou-se à conclusão de que as reformas são essenciais, e no campo teórico, apesar de existirem algumas questões a corrigir, as medidas que se pretendem implementar são plenamente aceitáveis. Face a isso, chego à conclusão, de que o grande problema na reforma, reside no aspecto prático, mas como as dúvidas que eu tinha nesse campo, ficaram dissipadas, a análise que eu faço, é de que, quando existem quebras de rotinas, essas situações, normalmente, dão azo a alterações de comportamentos, o que por sua vez, origina alterações nas dinâmicas colectivas/individuais, logo, talvez seja esse o custo que os responsáveis ou intervenientes directos nos cuidados de saúde não pretendem assumir, pois se no campo teórico a politica é correcta, então não entendo, "o porquê" de tanta discussão e politiquice? No meu entender, resta-nos aguardar e dar tempo ao tempo para que na prática comecem a aparecer os resultados que se aceitam no campo teórico.

3 comentários:

Anónimo disse...

Não tendo assistido a tão esclarecedor debate continuo a não perceber a política de encerramento de cuidados de saúde. Nem percebo como é que o melhor que pode acontecer à população é ter um serviço de saúde a dezenas de km.
Obviamente que a minha pseudo-inteligência não me permite assumir uma posição económico-financeira desta política.
Uma política em que se abre a janela ao investimento privado nas localidades em que se encerram instituições públicas.
Mas quem não puder suportar as despesas desse novo serviço de certeza que vai sentir rapidez e eficácia das ambulâncias do INEM.
Explique-me como é alguém de menores recursos poderá perceber e aceitar que a existência de um hospital com excelentes condições a 50 km torna dispensável a manutenção de serviços de intervenção urgente na localidade onde vive.
De facto, tudo explicadinho a coisa deve parecer diferente.
Seria interessante perceber o que o fez aceitar de tão bom grado esta politiquice.

Anónimo disse...

Não tendo visto tão esclarecedor documentário, permanecem-me sérias dúvidas.
Seria realmente interessante perceber o que o leva a pacificamente aceitar e aplaudir esta política.
Como é que se pode defender que um hospital a 50km é o melhor que pode acontecer a uma população?
Como se pode aceitar que se encerre uma unidade de saúde de intervenção urgente porque se vai abrir um hospital excelente a 50 km de distância??!!
É possível que a minha pseudo-inteligência não atinja as razões de política económica subjacentes mas não deixo de duvidar da validade destas medidas enquanto política social.
No fundo o que me repugna é que se fecha uma instituição pública no centro de uma localidade para se abrir uma janela ao investimento privado que de certo não é suportável pela totalidade da população - mas não estamos a falar de praças de toiros nem de actividades recreativas: estão em causa CUIDADOS DE SAÚDE.
Mas de certo que terá razão o sr. Ministro da Saúde dizendo que para as verdadeiras urgências a melhor assistência será a ambulância do INEM.

Já agora, seria interessante perceber em que assenta a sua aceitação.

VOX disse...

Não aplaudo nem louvo a politica em questão, pois dela resultam custos e benefícios, o que acho, é de que estamos a entrar num ponto de viragem... A minha aceitação resume-se a isso e também derivado ao aspecto teórico, pois segundo os peritos a medida é positiva, o que pressupõe de que a politica está subjacente à contestação! O debate foi esclarecedor no que diz respeito aos cuidados de saúde urgentes.. (não o foi, em relação aos cuidados de saúde agudos...). Entende-se que em localidade x mesmo que houvesse perigo vital para determinada pessoa acidentada, através do sistema antigo, o doente seria transportado para o centro de saúde/Banco de urgências da localidade para ser assistido, como os hospitais distritais (alguns)possuem tecnologia de ponta, normalmente, esses doentes são reencaminhados para os serviços de urgência desses hospitais centrais, perdendo-se muito tempo até o paciente/acidentado ser assistido. Com o sistema novo a pessoa acidentada vai directamente para o serviço de urgência do distrito sem ter que passar pelo o "serviço de urgência" da área de residência (através das ambulâncias do INEM como cita o ministro, ou dos bombeiros)... O que ainda não ficou claro foram os cuidados de saúde agudos, aí sim, tenho muitas dúvidas, mas ficou para um próximo debate. O aspecto económico na óptica do estado está claramente implícito na medida, concordo consigo, mas a questão da repugnação que sustenta não é aceitável, pelo facto dos centros de saúde não irem fechar, o que vai de facto encerrar em algumas localidades são os serviços de urgência - não se confunda! Acha que um serviço de urgência que esteja aberto das 21h até às 09h e que receba 2 pacientes por noite em alguns casos 1 paciente é sustentável?